É difícil não me repetir, mas a verdade é que cada nova prova me surpreende pela forma como sou acolhido e a Rota da Mamoa elevou ainda mais essa fasquia. Foi uma celebração do BTT, da amizade, da terra e daquilo que realmente importa. Tudo envolvido num abraço de genuína hospitalidade.
Desde o primeiro dia em que os amigos Agarrados ao BTT desafiaram-me para Rota da Mamoa senti que havia ali algo de diferente!
Sábado: uma chegada com alma.
Chegámos a Aveiro por volta das 15h de sábado, e fomos logo recebidos pela organização, já em pleno funcionamento com o secretariado. A simpatia da equipa dos Agarrados ao BTT fazia prever um fim de semana especial e não desiludiu. Após nos instalarmos no acolhedor Hotel das Américas, aproveitei para dar um passeio tranquilo de reconhecimento com a minha Scott Spark RC, explorando a cidade. Passei pela Universidade de Aveiro, pelas salinas e por várias ruas que me chamaram a atenção, sobretudo as que tinham vias dedicadas às bicicletas, algo que me agradou profundamente.
Enquanto isso, a Sofia e o Santiago desfrutavam das ótimas condições do Hotel das Américas, num merecido descanso. Momentos simples que se tornaram especiais e que também ficaram registados em algumas fotografias.
A entrega do kit decorreu de forma simples e rápida, sem filas, apenas sorrisos e boa disposição. Tive o enorme gosto de conhecer pessoalmente o Nuno, o Luís e o Filipe, elementos incansáveis da organização. O kit era um reflexo do carinho colocado em cada detalhe: para além do dorsal, trazia os deliciosos ovos moles de Aveiro e uma oferta original, 1 kg de sal marinho, para todos os participantes, cortesia da Saltalqual, que me arrancou um sorriso genuíno.
À noite, o jantar no restaurante Maré Cheia foi um verdadeiro convívio entre sabores e sorrisos. Um momento de partilha que antecipava o que viria no dia seguinte.
Domingo: trilhos mágicos e emoção
O domingo nasceu com luz suave e um entusiasmo difícil de descrever. A partida juntou cerca de 500 atletas, prontos para desafiar os 35 km ou 55 km da prova.
Os trilhos foram de uma beleza e técnica cativantes. Destaco os single tracks ao longo do Rio Águeda, a caminho da Pateira de Fermentelos onde se forma aí uma lagoa. O cenário, entre vegetação densa e caminhos estreitos, é TOP.
A segurança nos cruzamentos foi exemplar, e o apoio ao longo do percurso fez toda a diferença. Após a junção dos dois percursos, já que acabei por fazer, fiz praticamente uma “corrida de trás para a frente”, cruzando-me com muitos amigos de outras provas, rostos conhecidos e até desconhecidos, que com um “força!” espontâneo, ajudaram a empurrar o corpo… e a levantar o espírito.
Esses pequenos gestos, acenos, sorrisos e incentivos, são o que dão ao BTT essa alma única. Há um pacto invisível entre todos os que partilham esta mesma paixão e Aveiro fez-me sentir com uma força especial.
Moliceiros: um final de sonho.
Antes de regressar a casa, fomos brindados com algo que ultrapassa o desporto: um passeio de moliceiro pela Ria de Aveiro, organizado com o apoio da Aveiro Emotions.
Conhecida como a “Veneza portuguesa”, a cidade revela a sua alma nos canais navegados por barcos coloridos, os tradicionais moliceiros, usados em tempos para a colheita de algas (moliço). Hoje, deslizam serenamente entre pontes, edifícios Art Nouveau e o espelho d’água que reflete história e tranquilidade.
Um final poético para mais uma aventura cheia de emoção.
O que realmente importa.
Há fases da vida em que os troféus deixam de ser o objetivo principal. O que me move mais agora são os momentos, os lugares, as pessoas e o conhecimento.
E nesta prova, tive comigo o que de mais importante levo na vida: a Sofia, companheira incansável, que me apoia em cada desafio. Sem ela, nada disto faria sentido. O nosso Santiago, cuja alegria foi o verdadeiro prémio nesta aventura que acabou por ser uma viagem.
Ao chegar, final da prova, ainda fomos recebidos com mais umas saborosas sandes de bifanas, mas foi o carinho e a atenção para comigo que ficou gravado. Não por resultados, mas por viver e partilhar.
Obrigado por tudo
À organização da Rota da Mamoa, aos Agarrados ao BTT, aos voluntários, aos parceiros envolvidos e a toda a cidade de Aveiro: o meu mais sincero obrigado.
Fizeram-me sentir especial. Confirmaram que cada treino, cada gota de suor, cada dúvida ao longo do meu caminho… vale a pena.
Levo muito mais que brindes e uma medalha de finisher. Levo mais memórias, sorrisos, abraços e uma vontade imensa de voltar em 2026, que será na terceira semana de junho!
Vamos já agendar a data!
#filipebrito #agarradosaobtt #aveiro